Por Suzana Herculano-Houzel, neurocientista
Férias para mim sempre combinaram com viagens(…) Não é à toa que temos um sistema que torna o desconhecido tão excitante e atraente. Novidades são, afinal, arriscadas por definição: o que é novo não tem registro anterior e, portanto, não encontra nada em nossas próprias memórias que garanta com 100% de certeza que aquela nova experiência será agradável e sem perigos. Além disso, uma parte do córtex cerebral, o cingulado anterior, é especializada em antecipar todo tipo de risco, conflitos e problemas que podem surgir pela frente, gerando alarmes internos que nos deixam de pé atrás, sobretudo ante o desconhecido. Esse é o sistema que nos mantém seguros.
A razão de aceitarmos novidades, ou na verdade buscarmos ativamente por elas, é que existe no cérebro um sistema que antecipa prazeres. É esse o sistema que nos motiva a seguir adiante; graças a ele não só aceitamos nos expor ao desconhecido, como desejamos ardentemente conhecer coisas e expandir nossos horizontes.
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resumo de um artigo publicado na revista Mente-cérebro de fev2011